RESUMO DA OPERA

Nunca escondi de ninguém a minha preferência pelo Partido dos Trabalhadores. Tão logo, nunca escondi, a minha preferência por Dilma Rousseff, desde o dia em que ela foi declarada candidata à Presidência da República.

Sempre que alguém me dizia que votaria em José Serra, eu dizia: "Você é rico?". E na maioria das vezes, a resposta era sempre a mesma: "Não!". Então, eu começava a indagar a pessoa sobre o porquê dela votar no candidato tucano. As explicações iam das mais complexas até as mais esdrúxulas. Inclusive, algumas pessoas não sabiam responder, mas votavam em Serra pelo simples prazer de ir contra o governo, que diga-se de passagem, foi muito bem nos últimos oito anos.

Algumas pessoas, respondiam que queriam mudança. Ora, tudo bem. Não está feliz com o governo do Presidente Lula? Tudo bem. Embora convenhamos que a pessoa tem que ter idéias muito pequenas para pensar dessa forma. Mas definitivamente, tudo bem. Afinal, sabemos que desde sempre, nunca foi possível agradar todas as partes.

Mas essa sede de mudança me fez pensar em algo: Se a pessoa realmente queria mudança, porque não votar em Marina Silva? Votar em Serra, não é mudar, é voltar ao passado. Um passado que parece ter sido apagado da memória de pouco mais de 43 milhões de brasileiros. E sim, há de se convir que isso é muita gente. Aliás, chega a ser irônico, 43, não acham?

Em todo caso, que os mais jovens, que não conheceram o Brasil do PSDB, do dólar nas alturas, do real desvalorizado, da gasolina cara, da dívida com o FMI, considerada impagável, da carne na mesa, que como dizia a propaganda, era coisa de rico, das inúmeras privatizações e claro, o apagão e o racionamento de energia peçam voto para Serra, eu até faço um esforço pra compreender. Aliás, sobre o apagão: Claro não. Escuro, né? Com o perdão do trocadilho.

Eu posso até ser perguntado: "Ah, mas você também é jovem, e não conheceu o Brasil do PSDB". Conheci sim. O final dele, é bem verdade; mas já era crescido o suficiente pra entender como a coisa estava andando. E lembro perfeitamente do dia do apagão e do Dólar à 4 reais.

Conheci também, o Brasil do PT, o Brasil de Lula. E definitivamente, se a coisa continuar assim, se o Brasil seguir mudando como está, não pretendo trocar esse Brasil por nada. Não pretendo voltar a um passado onde só os ricos pareciam ter o direito de ser feliz. Quero que o povo sempre tenha o direito de sonhar e de almejar uma vida mais digna.

E antes que me perguntem: "Você é pobre? Depende do Bolsa Família?". Definitivamente, não, para as duas perguntas. Inclusive, sem querer parecer arrogante, mas já parecendo, por ser inevitável ao percebermos o tom da frase. Provavelmente tenho um padrão de vida melhor do que muitas pessoas que votaram no Serra, e muitas delas, ainda se julgam elite por isso. Estou longe de ser rico, mas estou longe de ser pobre também. Devo ser aquilo que as pessoas chamam de classe média.

Mas nem por isso, compactuo com um governo de desigualdades sociais que o PSDB praticou, e pretendia voltar a praticar com a candidatura de Serra, defendida e financiada por uma minoria, que ainda conseguiu fazer muita vantagem, tendo uma votação expressiva, cuja campanha teve como base a manipulação, as promessas falsas e os ataques infundados.

E com isso, espero encerrar, de hoje em diante, qualquer discussão sobre política, por no mínimo, quatro anos e parabenizar Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita Presidente da República.

That's all, folks!

FRESNO

Menos Anberlin, mais Muse. Esse é o tom que define o novo trabalho da banda Fresno, entitulado Revanche. Os acordes mais pesados mostram que a banda evoluiu de Redenção até aqui. As letras também não deixam por menos; afinal, os fãs da banda cresceram, a banda deve crescer junto e acompanhar o amadurecimento de quem a ouve fielmente.

A sequência mais matadora do álbum acontece logo nas quatro primeiras faixas: Revanche, Deixa o Tempo, Esteja Aqui e Die Lüge, que em alemão quer dizer 'a mentira'. A primeira, é uma cacetada do início ao fim, definivamente, a música mais pesada do álbum.

Deixa o Tempo entra na parte matadora, mas não exatamente por ser uma faixa carregada. É uma power-ballad de rádio, mas com elementos modernos, ao melhor estilo Starlight, do Muse. O que torna essa música mais interessante é a letra; bonita e reflexiva.

Aliás, o Muse sempre será supracitado em qualquer resenha sobre esse novo disco da Fresno, porque claramente, eles são a maior influência da banda no momento. De uma forma ou de outra, sempre influenciaram, mas não a esse ponto. Lucas abusa dos falsetes mais do que nunca.

Esteja Aqui é uma das mais belas faixas do disco. A temática ainda é a mesma, relacionamentos, distância, saudade, amor. Em todo caso, Lucas e Tavares difícilmente erram a mão quando vão escrever canções com esses ingredientes.

Por outro lado, Die Lüge tem uma proposta mais agressiva, tanto em letra, quanto melodia. Ou seja, a mesma fórmula da faixa que dá nome ao disco. O único ponto que deixa a desejar na música é o solo de sintetizador, que faz a canção perder um pouco daquela coisa carregada que estava trazendo até então. Um solo de guitarra cairia muito bem.

Embora tenha evoluído bastante, a banda ainda não deixou de apostar em velhas fórmulas e de se deixar repetir nos seus discos. Em Revanche não é diferente. Músicas como Nesse Lugar, Eu Sei e Relato de Um Homem de Bom Coração tem a mesma sequência de formatos das quatro primeiras faixas. Se em um momento a banda vai lá no alto, em outro o ritmo é quebrado e a calmaria toma conta.

Ainda na turnê de Redenção, a banda apresentou uma música nova, que faria parte desse novo trabalho. Trata-se de Quando Crescer. Definitivamente, uma das canções mais maduras que a Fresno já compôs, aliás... me arrisco a dizer que é o ápice de maturidade da parceria Lucas/Tavares. Uma linda balada carregada ao piano com uma letra pra lá de intimista.

Devolvendo as guitarras, Se Você Voltar e A Minha História Não Acaba Aqui. A primeira tem uma levada que flerta com o indie, com guitarras mais secas. A segunda, tem elementos eletrônicos e riffs poderosos, da mesma forma de Die Lüge e Revanche.

E diga-se de passagem, essas são as últimas faixas mais carregadas de distorção do disco. As três faixas que fecham esse álbum são comandadas por baixos serenos, bateria leve, pianos, violões e vocais suaves. Não Leve A Mal soa como Quando Crescer.

Porto Alegre é a referência que eles fazem ao seu estado. Assim como Redenção, que é um parque que tem em Porto Alegre. E pra terminar o disco, Canção da Noite (Todo Mundo Precisa de Alguém), carregada toda ao piano, e no que diz respeito à letra, é mais do mesmo, relacionamento.

Em todo caso, de todas as bandas que são consideradas 'moda', como a própria Fresno, o Nx Zero, dentre outras, a banda de Lucas Silveira é a única que merece o devido respeito por mostrar verdade no que escreve, canta e veste. Ao contrário de outras bandas, que não são bem resolvidas com seu estilo, influências e fãs.

That's all, folks!

NOTICIA - JARED LETO [30 SECONDS TO MARS]

Em entrevista ao site showbizspy.com, o líder do 30 Seconds to Mars e também ator, Jared Leto, disse que não se interessa em levar groupies para a cama.

E com essa carinha aí vocês queriam o quê? Que ele dissesse que já fez um pornô caseiro em um iate com a Pamela Anderson?

STONE TEMPLE PILOTS

Definitivamente, a melhor das bandas do movimento grunge, que estourou no início da década de 90; e não há quem me convença do contrário. O grupo, que conta com Scott Weiland nos vocais, os irmãos Robert e Dean DeLeo, baixista e guitarrista respectivamente e Eric Kretz na bateria, se formou em 1988, mas só em 1992 lançou seu primeiro disco; curiosamente, o de maior êxito na carreira deles. E é sobre esse disco, o Core, que eu vou te contar um pouco mais, então... senta que lá vem história.

A faixa que abre o disco é Dead & Bloated, que logo de cara já dita o ritmo de todo o disco, ou a maior parte dele, aquela levada grunge, com guitarras que em seus acordes, flertam entre o grave e o agudo, entre o peso e o sofrimento, acompanhadas do baixo, intimista e sombrio.

Adiante, Sex Type Thing. Sem sombra de dúvida, um dos grandes hits não só do Stone Temple Pilots, ou do movimento grunge, mas sim dos anos 90. A música já foi trilha sonora de videogame e era presença garantida também no setlist do Velvet Revolver, banda que Scott Weiland viria a formar com os ex-Guns N' Roses Slash, Duff McKagan e Matt Sorum.

Já Wicked Garden tem quase a mesma levada de Dead & Bloated. Aliás, nem é preciso ter um ouvido tão bom pra perceber que os Pilots abusam de um determinado efeito de guitarra, sobretudo nos versos, como o meu negócio é baixo e eu não entendo nada de guitarra, do alto da minha ignorância direi que é aquele efeito que dá uma espécie de eco. Se algum guitarrista ler isso, ouvir as músicas e depois comentar, inclusive, respondendo o nome do efeito, ficarei muito agradecido.

Depois, pulamos para a faixa cinco, chamada Sin, que é a segunda mais longa do disco, com seis minutos de duração. A dica que fica, é que se tu procura por inovação nas músicas desse disco, definitivamente, tu não vai encontrar.

Aliás, Naked Sunday, que é a faixa seguinte, talvez seja uma das que mais desentoam do ritmo que o primeiro trabalho dos Pilots imprimiu. É uma música mais rápida, fazendo lembrar bandas como o Faith No More.

E eis que chegamos a uma das melhores faixas do disco. Creep. Que também desentoa daquele estilo sombrio grunge, indo para outra vertente do estilo, a da balada sofrida, que tantas vezes já funcionou com o Pearl Jam. Aliás, pros mais desavisados, poderia até passar por uma música da banda de Eddie Vedder.

Em Piece of Pie, mais do mesmo. A banda volta ao seu estado normal. Já Plush, tem basicamente a mesma fórmula de Creep, só que com um pouco mais de peso, sobretudo nas pontes das músicas. Wet My Bed, assim como My Memory [faixa 4], são uma espécie de interludes, com um violão e tal, nada que dure mais do que um minuto e meio.

E, por alguma razão, a melhor faixa do disco é a penúltima, faixa essa que abriu e ainda abre a maioria dos shows da banda, sobretudo o aclamado Acústico MTV da banda, lançado em 1993. Depois de todas essas pistas, percebe-se que falo de Crackerman; uma das mais rápidas e animadas do disco. A letra em sí, fala basicamente sobre drogas, uma vez que nos Estados Unidos, Crackerman é um eufemismo para a heroína.

Pra fechar, Where The River Goes. Que segue a risca a fórmula do disco, que não é preciso ser dita novamente. Uma curiosidade, é que essa é a faixa mais longa do álbum, com quase nove minutos de duração. O disco como um todo, é altamente recomendável, sobretudo pra quem gosta de rock alternativo com um certo peso.

That's all, folks!
 

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