CRIANÇAS E O SEU COMPORTAMENTO NA INTERNET

Primeiro item: Sabe aquelas crianças que mal tiraram os fiapos da fralda da bunda e já acham que são adolescentes super maduros e descolados? E parece que todas essas crianças adotam o mesmo estilo pra seguir: O estilo tosco. Sim, aquele, que usa aquele cabelo moicano achando que ta abafando geral e pior. Usa calça skinny. É um problema? Depende. Quando você usa com um Crocs ou um Nike Shox, sim. Quando você gosta de rock e usa com um All Star, não. Mas a segunda opção geralmente é aplicada com pessoas de 17 anos ou mais.


Mas voltando ao guri de Crocs e moicano em questão: Acontecem dois fenômenos na vida dele. Primeiro, ele ganha uma câmera digital. E isso vai nos remeter a outros comportamentos esquisitos, que depois eu vou falar sobre. Mas o segundo; que acontece quase que de imediato em relação ao primeiro é: Ele tirar fotos escrotas em casa mesmo pra colocar no álbum do Orkut. Geralmente são fotos com caretas feias, fazendo hang-loose, que, aliás, devia se chamar hang-loser, ou então com a língua de fora e por aí vai.


Embora, a situação possa piorar um pouco, porque esse tipo de pseudoadolescente pode estar começando a fazer academia. E ele, e somente ele, acha que já está tendo mudanças em seu corpo, aí é que vem a desgraça. Ele tira fotos sem camisa pra colocar no perfil e consequentemente no álbum.


Depois, acontece outro fenômeno. Ele começa a sair à “noite” pra rua. Ele vai voltar meia-noite pra casa, mas tudo bem. O que importa é que das 8 até à 0h, ele vai ter muito tempo pra tirar aquelas fotos descoladas. Com duas gurias menores do que ele o beijando, uma em cada lado do rosto, fazendo, aliás, com que ele se sinta “o pica das galáxias”. E como se não fosse o bastante, ele vai criar todo um álbum com essas fotos, e o nome é que vai ser o pior. Na maioria das vezes é algo como: “Noitadas”, “baladas”, “p-p-p-p-p-parties” e se for uma guria e ela for fã da Miley Cyrus esse álbum vai se chamar “Party in the USA”. Acredite, isso existe.


Segundo item: É bem raro hoje em dia uma criança ter tataravós, mas ainda há casos. E geralmente essas senhoras e senhores, se não passam, já estão quase chegando aos 100 anos, e geralmente ficam quase sozinhos em seus quartos, quando muito aos cuidados de uma empregada. O que é uma situação bem triste, como se o fim da vida já não fosse. Mas o assunto não é esse. A questão é: Esses pseudoadolescentes, enquanto seus tataravôs estão vivos, mal-e-mal os fazem uma visita, mas quando eles morrem, aí fazem questão de colocar uma foto no álbum do Orkut e colocar de legenda: "Saudade eterna". Saudade eterna? Meu ovo! Teve todo o tempo do mundo pra ver e agora tá com saudade? Ou quer só mostrar pros amiguinhos que tinha uma tataravó? Coisa mais feia isso. Eu hein.


Terceiro item: E talvez o mais importante, porque esse mesmo adolescente fútil dos dois primeiros itens, ele cresce. Bom, não exatamente. Geralmente é mais no tamanho do que na cabeça, mas mesmo assim eles acham que evoluíram, tudo porque largaram o Exaltasamba e o Restart e agora estão ouvindo Zeca Pagodinho e O Teatro Mágico. Mas a pior parte não é essa. O problema é que eles já acham que sabem de tudo da vida e começam a dar conselhos sobre tudo, principalmente no twitter.


No mais, são basicamente aqueles clichês horrorosos, do tipo: “Não podemos depender de ninguém a não ser de nós mesmos” e todos aqueles mimimis. A propósito, essas pessoas gostam também de mostrar quão sozinhas e depressivas elas são. Pois ficam reclamando aos quatro cantos do mundo que não tem amigos a não serem os virtuais, que nunca tem companhia pra sair de casa e tudo mais.


Além claro, de ficarem postando o quão viciadas são em uma musica, porque sentem nostalgia e blá. Mas só pra constar: Se tu tem 16 anos e é da geração calça colorida, não tem como tu sentir nostalgia de nada, nada.


A propósito, tem uma palavra que esse povo adora: Ansiedade. Mas não escrita assim, de forma correta. Essas gurias sempre mandam um anciedade. Assim mesmo, com C.


Aliás, o twitter deixou de ser um microblog onde as pessoas se limitavam a postar o que estavam fazendo ou suas singelas opiniões. Porque hoje em dia, mais importante do que ter seguidores, o que, diga-se de passagem, é um pensamento supérfluo. Afinal, é meio chavão, mas, é preferível ter 400 seguidores que tenham um mínimo de conteúdo ao invés de 1200 que tudo o que eles sabem foi o que o Eduardo Surita comeu no café da manhã; o grande problema é o tal do RT.


E mais uma vez, eu vou explicar: Há muito tempo atrás, num passado distante, os RTs eram feitos de modo manual, o que quase excluía a possibilidade de você saber quantas pessoas copiaram o que você disse. Até dava pra ver pelas mentions, mas se era muita gente, contar tudo isso era um exercício desnecessário e cansativo.


Até que o Sr. Twitter criou um botão de retweet. E foi aí que a coisa descambou, porque tudo o que as pessoas, não todas, mas a maioria dessas gurias sabe fazer, ou é criar um perfil pseudodescolado pra ficar postando frases clichês de coisas que todo mundo já sabe; ou aquelas gurias dos conselhos que copiam tudo isso, porque o grande exemplo de pessoa descolada e popular que elas tem são essas gurias que ganham milhares de RTs e seguidores todos os dias.


E é claro que não podemos esquecer que a maioria dessas frases termina em: “Porque olha”, “Tem que ver isso aí” e outras coisas nesse sentido que tu provavelmente já deve ter visto.


That’s all, folks!

SUPERGRASS

No auge da 'Batalha do Britpop' entre Oasis e Blur, o Supergrass lançou seu primeiro disco, o I Should Coco, que logo de cara já deu à banda o seu maior hit. Alright, que tu provavelmente deve ter ouvido, até mesmo se foi assistindo 'As Patricinhas de Berverly Hills' tá valendo.

Bom, o conceito de britpop pode ser dividido entre a parte séria, tipo o já citado Oasis, o The Verve e o Stereophonics. Por outro lado, tem a parte divertida, de bandas como o também já citado Blur, o próprio Supergrass, e os herdeiros desse legado, como o Kaiser Chiefs.

A propósito, é sobre o I Should Coco que eu vou te contar um pouco mais. Então senta que lá vem história.

Ao apertar o play da tua vitrola, tu vai ouvir I'd Like To Know, que basicamente dita, não só o ritmo do disco, mas pelo menos dos três primeiros albuns da banda. Caught By The Fuzz segue a mesma linha. Basicamente, ela vai te fazer lembrar coisas do Blur entre 1991 e 1994.

Aliás, sobre fazer lembrar a banda de Damon Albarn e Graham Coxon, Mansize Rooter chega a ser um deboche. A melodia do piano remete à Sing, do disco Leisure, de 1991, e também parte da trilha sonora do excelente Trainspotting. Aliás, eu pretendo escrever sobre esse filme, só não sei quando, mas isso é assunto pra outro dia.

E finalmente, chegamos à melhor música do disco. Pode até parecer posismo, mas sem sombra de dúvidas, Alright é um dos hinos dos jovens felizes dos anos 90. Tinha também a parcela triste, que cortava os pulsos ao som das guitarras de Kurt Cobain, mas isso é com os americanos. Em relação à musica, vai dizer que se tu nunca cantou: 'We are young, we run green, keep our teeth nice and clean' ? É um clássico.

Lose It e Lenny mostram um lado mais pegado, quase post-punk. Por outro lado, buscando influência nos anso 60 também, na batida insana do Kinks, por exemplo.

Strange Ones também é bem divertida, cantada em coro pelos integrantes da banda. Se tem alguma outra banda que possa servir de referência, não pra comparação, mas... pra um certo entendimento, é o Weezer. Inclusive, a voz do Gaz Coombes tá bem parecida com a do Rivers Cuomo nessa faixa.

Sitting Up Straight começa aparentemente séria, com um piano intimista. Mas aí entra a guitarra e muda tudo, aliás, os versos do começo soam quase country. Já She's So Loose também soa séria, mas carregada à violão e bateria. Mas assim que Gaz entra, já tira esse aspecto. Pra tentar explicar isso, podemos dizer que ele faz parte de uma seleta lista de vocalistas que cantam de modo debochado, assim como Damon Albarn e Johnny Rotten, do PIL e Sex Pistols.

Pulando pra We're Not Supposed To, podemos dizer que, sem dúvidas, é a faixa mais estranha do disco. E isso é tudo.

A seguir, temos Time, que é de longe a mais rock n' roll, no melhor sentido da palavra. Aqui, Gaz Coombes e seus companheiros também bebem da fonte dos anos 60, mas agora puxando pro lado mais Beatle e Stone da coisa.

Sofa (Of My Lethargy) é a faixa mais longa do disco, e também a mais carregada, com um baixo bem pesado e órgãos ao fundo. E olha só que coincidência, a mais curta vem logo a seguir, e é também a que fecha o disco, e pior, a faixa se chama Time to Go, que em português quer dizer 'hora de ir'. Da série trocadalhos do carilho né?

Enfim, o disco é muito bom, da primeira à última faixa. Pode-se dizer que é um dos pilares do Britpop e do rock britânico de modo geral nos últimos 15 anos.

That's all, folks!
 

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