FRESNO

Menos Anberlin, mais Muse. Esse é o tom que define o novo trabalho da banda Fresno, entitulado Revanche. Os acordes mais pesados mostram que a banda evoluiu de Redenção até aqui. As letras também não deixam por menos; afinal, os fãs da banda cresceram, a banda deve crescer junto e acompanhar o amadurecimento de quem a ouve fielmente.

A sequência mais matadora do álbum acontece logo nas quatro primeiras faixas: Revanche, Deixa o Tempo, Esteja Aqui e Die Lüge, que em alemão quer dizer 'a mentira'. A primeira, é uma cacetada do início ao fim, definivamente, a música mais pesada do álbum.

Deixa o Tempo entra na parte matadora, mas não exatamente por ser uma faixa carregada. É uma power-ballad de rádio, mas com elementos modernos, ao melhor estilo Starlight, do Muse. O que torna essa música mais interessante é a letra; bonita e reflexiva.

Aliás, o Muse sempre será supracitado em qualquer resenha sobre esse novo disco da Fresno, porque claramente, eles são a maior influência da banda no momento. De uma forma ou de outra, sempre influenciaram, mas não a esse ponto. Lucas abusa dos falsetes mais do que nunca.

Esteja Aqui é uma das mais belas faixas do disco. A temática ainda é a mesma, relacionamentos, distância, saudade, amor. Em todo caso, Lucas e Tavares difícilmente erram a mão quando vão escrever canções com esses ingredientes.

Por outro lado, Die Lüge tem uma proposta mais agressiva, tanto em letra, quanto melodia. Ou seja, a mesma fórmula da faixa que dá nome ao disco. O único ponto que deixa a desejar na música é o solo de sintetizador, que faz a canção perder um pouco daquela coisa carregada que estava trazendo até então. Um solo de guitarra cairia muito bem.

Embora tenha evoluído bastante, a banda ainda não deixou de apostar em velhas fórmulas e de se deixar repetir nos seus discos. Em Revanche não é diferente. Músicas como Nesse Lugar, Eu Sei e Relato de Um Homem de Bom Coração tem a mesma sequência de formatos das quatro primeiras faixas. Se em um momento a banda vai lá no alto, em outro o ritmo é quebrado e a calmaria toma conta.

Ainda na turnê de Redenção, a banda apresentou uma música nova, que faria parte desse novo trabalho. Trata-se de Quando Crescer. Definitivamente, uma das canções mais maduras que a Fresno já compôs, aliás... me arrisco a dizer que é o ápice de maturidade da parceria Lucas/Tavares. Uma linda balada carregada ao piano com uma letra pra lá de intimista.

Devolvendo as guitarras, Se Você Voltar e A Minha História Não Acaba Aqui. A primeira tem uma levada que flerta com o indie, com guitarras mais secas. A segunda, tem elementos eletrônicos e riffs poderosos, da mesma forma de Die Lüge e Revanche.

E diga-se de passagem, essas são as últimas faixas mais carregadas de distorção do disco. As três faixas que fecham esse álbum são comandadas por baixos serenos, bateria leve, pianos, violões e vocais suaves. Não Leve A Mal soa como Quando Crescer.

Porto Alegre é a referência que eles fazem ao seu estado. Assim como Redenção, que é um parque que tem em Porto Alegre. E pra terminar o disco, Canção da Noite (Todo Mundo Precisa de Alguém), carregada toda ao piano, e no que diz respeito à letra, é mais do mesmo, relacionamento.

Em todo caso, de todas as bandas que são consideradas 'moda', como a própria Fresno, o Nx Zero, dentre outras, a banda de Lucas Silveira é a única que merece o devido respeito por mostrar verdade no que escreve, canta e veste. Ao contrário de outras bandas, que não são bem resolvidas com seu estilo, influências e fãs.

That's all, folks!

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