ROCK IN RIO 3: THE FREAK SHOW


Vamos lá, é o primeiro review de show que eu vou fazer aqui, eu acho. Mas enfim, vamos ao que interessa. O dia 14 de janeiro de 2001 vai ficar marcado pra sempre, talvez pelos motivos errados.

Antes de falarmos do show do GN'R, o mais esperado da noite, temos que explicar algumas coisas, por exemplo, como é que alguem tem a coragem de colocar Carlinhos Brown no mesmo dia de Guns N' Roses e Oasis? Definitivamente, não dá pra entender. O resultado? Todo mundo lembra, uma chuva de garrafa que era como um colírio pros meus olhos.

Aí, o Sr. Axl Rose trouxe um tal de Papa Roach lá da Califórnia e exigiu que eles tocassem no dia da sua apresentação, válido ressaltar que Axl proibiu o show do Blink 182 no festival, porque eles iriam tocar no mesmo dia que ele. Ok, tudo bem. Não gosta do Blink? Certo, mas precisava ter trazido esse Papa Roach? Digamos que isso tenha sido um exercício desnecessário.

Mas continuando, o Papa Roach fez um show errático, cheio de buracos e com musicas que acho que nem os coleguinhas de high school deles conhecem. Mas ao menos a banda era animadinha, pulavam feito loucos e de cada 10 palavras do vocalista, 11 eram fuck. Pra finalizar, o baterista conseguiu quebrar sua bateria e a banda teve de encerrar sua apresentação meia-hora antes do previsto. Mas calma, o show de horrores ainda estava por vir.

No show seguinte, o Oasis deixou bem claro no seu show que de duas uma, ou eles não faziam questão nenhuma de estar ali, ou os irmãos Gallagher estavam odiando abrir um show pro Guns N' Roses, além do que, é fato que 90% das pessoas que estavam ali, estavam para ver Axl e sua nova turma. Resultado: Os ingleses só conseguiram levantar de fato o publico com os hits Wonderwall e Don't Look Back In Anger, assim como o Papa Roach, o Oasis encerrou o show cerca de meia-hora antes do previsto, mas no caso deles, foi por opção mesmo.

E então, com mais de 40 minutos de atraso alguns fogos e uma animação com um som ao tipo Nine Inch Nails aparece no telão, sinal de que os Guns N' Roses já estavam no palco. Na animação, o personagem principal era Axl Rose, claro, no final dela, ele dizia algo como: "Espero que gostem do show, mas saibam que eu não me importo!" Bem típico dele, não é?

Adiante, os primeiros acordes de Welcome To The Jungle começam a ser tocados, o público fica em estado de êxtase e pela primeira vez no festival, inclusive dali pra frente, essa seria a unica vez em que a poeira levantaria do chão. Haviam muitas menininhas na platéia que brincavam com chocalhos quando os antigos Guns N' Roses eram a banda mais poderosa do mundo, essas meninas, inclusive, estavam ali para ouvir Don't Cry, Patience e November Rain e ver um Axl de shortinho e sem camisa.

Mera decepção, Axl estava visívelmente fora de forma e sua voz não era nem metade da voz poderosa que ele já teve um dia. Mas tudo bem, a essa altura do campeonato o publico não estava nem aí. Na sequência a banda emenda outras duas porradas do Appetite For Destruction, são elas: It's So Easy e Mr. Brownstone.

Axl estava acompanhado de uma super-banda, com três guitarristas, dois tecladistas, um baixista e um baterista. Vamos aos guitarristas: Um deles era razoavelmente normal, trajava jaqueta de couro e afins, de longe parecia o cara do Silverchair. O outro, um meio cover bizarro do Marilyn Manson, e mais bizarro ainda foi a sua versão para Sossego do Tim Maia, com um português sofrível, mas... tratando de babação de ovo pros fãs... público conquistado no ato.

O ultimo guitarrista era um show a parte, Buckethead pelo seu jeito chamava mais a atenção do que o próprio Axl Rose, trajava uma capa de chuva, uma máscara toda esquisita e um balde da rede KFC na cabeça, havia uma teoria conspiratória de que Bucket pudesse ser Slash, os cabelos pra fora do balde levaram muitas pessoas a acreditar nisso, e que no fim do show, ele tiraria o balde e a máscara e faria sua volta a banda.

Ledo engano, a prova disso foi o numero solo dele, primeiro uns exercícios com os nuchacos, a propósito, alguem lembrou do Bruce Lee em Operação Dragão? Bem, depois ele dançou um pouco de break com uns movimentos meio robóticos, por fim, ele pegou sua guitarra e destruiu geral, era a prova de que ele não era o Slash, definitivamente Slash não toca tão bem assim, técnicamente falando.

Os outros integrantes são: O já citado baixista aqui, Tommy Stinson, que no dia parecia mais um membro do Blink 182, o antigo tecladista Dizzy Reed, o outro tecladista era Chris Pittman, na verdade, ele é um sampler-man, era quem daria o toque eletrônico que Axl queria, o visual dele também era bastante estranho, parecia um dos caras do Village People, pra finalizar, Brian Mantia, o Brain, vindo do excelente Primus.

Axl estava mais demagogo do que nunca, puxava o saco dos fãs brasileiros em quase todos os intervalos entre uma musica e outra, quando não fazia isso, puxava o saco de sua banda nova e descia a lenha em seus antigos companheiros. Que que é isso Axl? Teve o público na mão o show todo e quase pos tudo a perder.

Basicamente o show foi só de clássicos, entre um clássico e outro, a banda apresentava algumas musicas novas, recebidas com natural frieza e desinteresse pelo publico. Falando nisso, em algumas musicas Axl parecia meio deprimido, é só procurar por November Rain e Sweet Child O' Mine no YouTube que você mesmo vai ver.

No final, Axl mais uma vez querendo dar uma puxada de saco nos fãs brasileiros, trouxe a bateria da escola de samba Viradouro, e mais uma vez quase põe tudo a perder, a bateria tocou por uns 5 ou 10 minutos e desceu pro corredor, o mesmo em que Carlinhos Brown havia tomado uma chuva de garrafas d'água e outras coisas não tão puras, além do que, as garrafas que haviam sobrado de Carlinhos foram jogadas na bateria da escola, bem, pra completar o momento de genialidade, eles ficaram encurralados no canto enquanto o Guns N' Roses voltava ao palco para tocar a clássica Paradise City, ligeiramente modificada, com alguns elementos eletrônicos e tocada um pouco mais rápida do que o habitual.

Pensou que havia acabado por aí né? Bobagem, Axl chamou sua gerente/empresária/governanta brasileira Beta Lebeis e fez um discurso de homenagem à ela, com lágrimas e abraços e tudo mais. No final, Axl prometeu que no próximo verão estaria de volta com mais musicas novas, o público? Está esperando até hoje...

That's all, folks!

1 Response to ROCK IN RIO 3: THE FREAK SHOW

10 de novembro de 2008 às 09:35

"era a prova de que ele não era o Slash, definitivamente Slash não toca tão bem assim, técnicamente falando." HAUAUHAUAHAUAHAUHAUAHAU

Mas porra.. realmente foi bizarro isso O_o'
Mas isso só me faz ficar com mais vontade de ter ido.. =~

 

Copyright © 2009 Coffee, TV and Music All rights reserved.
Converted To Blogger Template by Anshul Theme By- WooThemes