BEADY EYE

É meus amigos, vazou. E não é a menstruação da sua namorada. É o disco da Beady Eye, que também pode ser chamado de Oasis sem Noel. E justamente por estar desfalcado de seu principal nome, é que as pessoas passaram a subestimar o que a Beady Eye poderia trazer.

Por outro lado, Gem Archer e Andy Bell não são dois perdidos que cairam de paraquedas no Oasis e ficaram famosos da noite pro dia. Archer era vocalista da Heavy Stereo, que assim como todas as bandas de Britpop da segunda metade dos anos 90, queria soar como os Beatles.

Andy Bell tem um currículo que impõe mais respeito. Tocou no Ride, que há quem pregue que foi a melhor banda de Oxford. (Nota: O Radiohead é de Oxford) e posteriormente formou o Hurricane #1, que tinha uma sonoridade bem mais parecida com a banda que viria a dar a grande fama a ele em 2000.

Pois bem, voltando a 2011, como já foi dito, o disco caiu na rede. Em formato físico, será encontrado nas lojas a partir do dia 28. Produzido por Steve Lillywhite, que em tem na bagagem a produção de discos considerados fundamentais de Morrissey (ex-Smiths) e U2.

Nesse caso, vamos dar o play no disco. A primeira faixa, é Four Letter Word, uma pancada que abre o album em grande estilo. É bem verdade que tudo o que Liam Gallagher mais quer, é fugir das comparações com sua antiga banda, mas isso vai ser um pouco dificil de acontecer. Até mesmo porque, Four Letter Word é muito Oasis, e entraria fácil em qualquer disco da banda, com uma grande possibilidade de ser single.

Quanto as explicações sobre a musica, quando perguntado se essa palavra de quatro letras era "love" ou "fuck", Liam diz que é uma música romântica, que tem um certo afeto, mas que essa tal palavra, é um meio termo entre as duas. E ainda diz que não é um cara de grandes versos, e que isso tudo é apenas rock, e que por essa razão, apenas escreve sobre aquilo que o deixa perturbado ou alegre.

Nos primeiros discos do Oasis, Noel não fazia questão nenhuma de esconder em suas músicas que a maior influencia da banda eram os Beatles, a partir do terceiro ou quarto album, ele começou a atirar pra outros lados, como The Who, Rolling Stones, Kinks e Stone Roses. Visto isso, parece que Liam quer recomeçar a história, e as duas próximas faixas são a grande prova disso.

Millionaire é mais acústica, sem grandes pretensões. Por outro lado, The Roller, que é um dos singles do disco e já está entre as musicas mais ouvidas do Reino Unido, mostra que a banda veio pra mostrar serviço. A música é uma daquelas baladas que marcam época. Strawberry Fields Forever, suponho.

Aqui na faixa quatro, foi criado um paradoxo. Beatles and Stones. Sim, esse é o titulo da música, e como sugere, tem uma pegada mais rock n' roll. Mas onde está a controvérsia nisso? É que a música não parece com nenhuma dos Beatles, e nem dos Stones. A pegada é bem parecida com a de My Generation, do The Who.

Mas se faltou influência da dupla Jagger e Richards na faixa anterior, aqui sobra. Os riffs de Archer e Bell parecem bastante com os que Keith costumava fazer. E aqui na faixa seis, a maior semeadora da discórdia de todo o album: Bring the Light. É uma música de extremos, há quem ame, há quem odeie. Mas sem sombra de dúvida, é inegável que se Liam queria fazer alguma coisa diferente do que vinha cantando nos últimos vinte anos, ele conseguiu.

Por outro lado, não pode se dizer que é uma grande música. Talvez fosse, se estivesse em um disco do Supergrass. Nada contra esse piano acelerado estilo Jerry Lee Lewis, mas... esse tipo de música, não combina muito com a voz rasgada de Liam.

For Anyone pode ser chamada de The Roller pt. 2. Já Kill for a Dream, que é uma das faixas assinadas por Andy Bell, teria, e provavelmente terá, um bom lugar nas paradas inglesas. Soa como Beady Eye, mas com aquele DNA das grandes baladas do Oasis, tal como Wonderwall ou Stop Crying Your Heart Out.

Em Standing on the Shoulder of Giants Edge of the Noise o disco ganha peso novamente. Liam traz uma voz poderosa, numa faixa matadora do início ao fim, que cresce ainda mais no refrão.

Wigwam é a faixa mais longa do disco, e novamente troca-se o peso pelas melodias fáceis de se decorar. Three Ring Circus já traz uma face mais anos 60, tipo o início da carreira dos Beatles. Sem trocadilhos.

E em The Beat Goes On, a influencia dos Beatles é ainda maior. Pode parecer pretensão demais dizer isso mas, se o rock ainda fosse a maior força musical do mundo, essa música poderia fácil ser a Hey Jude dessa geração.

The Morning Son finaliza o disco exatamente como começou. Soando Oasis. Se Four Letter Word era pegada, The Morning Son é a Champagne Supernova de 'Different Gear, Still Speeding', embora no final, quando você ache que ela vá crescer quando entra aquele baixo estourado e acelera-se a bateria, mas ela logo volta ao normal.

Em tempo, mesmo que Liam insista em não perdoar e nem ao menos ver o irmão, há claramente um recado para ele nessa faixa: "Você nunca saberá se não tentar/Você está cego por aquilo que você idolatra."

Em suma, 'Different Gear, Still Speeding' é bem mais do que as pessoas esperavam. Bem mais do que as pessoas achavam que Liam Gallagher era capaz. Se bem que, há de se convir que Andy Bell sempre foi um grande compositor, e agora ele pode mostrar isso de novo.

Quer ouvir? Clica aqui em download.

That's all, folks!

2 Response to BEADY EYE

Isa
18 de fevereiro de 2011 às 08:09

baixarei

8 de maio de 2011 às 07:01

Poxa rapaz!!!Obrigado por ter insistido pra eu ouvir esse disco!!!´To aqui na terceira audição e achando incrivel!!!Se tem um negocio q o Liam soube resgatar aqui do Oasis de forma forte, é a energia q tinha os primeiros discos, otimo album, valeu!

 

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